CHOPP
Na avenida Guararapes,
O recife vai marchando.
O bairro de Santo Antonio,
Tanto se foi transformando
Que, agora as cinco da tarde,
Mas se assemelha a um festim.
Nas mesas do Bar Savoy,
O refrão tem sido assim:
São trinta copos de chopp,
São trinta homens sentados,
Trezentos desejos presos,
Trinta mil sonhos frustrados.
Ah, mas se agente pudesse
Fazer o que tem vontade:
Espiar o banho de uma,
A outra, amar pela metade
E daquela que é mais linda
Quebrar a rija vaidade.
Mas como a gente não pode
Fazer o que tem vontade,
O jeito é mudar a vida
Num diabólico festim.
Por isso no Bar Savoy
O refrão é sempre assim:
São trinta copos de chopp,
São trinta homens sentados,
Trezentos desejos presos,
Trinta mil sonhos frustrados.
São trinta homens sentados,
Trezentos desejos presos,
Trinta mil sonhos frustrados.
Ah, mas se agente pudesse
Fazer o que tem vontade:
Espiar o banho de uma,
A outra, amar pela metade
E daquela que é mais linda
Quebrar a rija vaidade.
Mas como a gente não pode
Fazer o que tem vontade,
O jeito é mudar a vida
Num diabólico festim.
Por isso no Bar Savoy
O refrão é sempre assim:
São trinta copos de chopp,
São trinta homens sentados,
Trezentos desejos presos,
Trinta mil sonhos frustrados.
Do livro: "Livro geral", Ed. Póstuma, 2ª ed. 1999, PE.
Carlos Pena Filho (Recife, 17 de maio de 1929 — Recife, 1 de julho de 1960) foi um poetabrasileiro, considerado um dos mais importantes poetas pernambucanos da segunda metade do século XX depois de João Cabral de Melo Neto.
Formado em Direito pela Faculdade de Direito do Recife, em frente à qual hoje se encontra o busto do poeta. Teve sua carreira prematuramente encerrada em virtude de sua inesperada morte em 1960, quando ele ainda estava com 31 anos de idade.
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