O 2º domingo de agosto, Dia dos Pais, para mim, sempre foi motivo de peso. Eu ficava na maior torcida para que as comemorações da escola fossem resumidas à produção artesanal de uma lembrancinha nas aulas de Educação Artística. Mas, como escola/educador@s sempre "acha" que é responsável por todos os ângulos da vida d@s estudantes, sempre davam um jeito de organizar uma festança com o objetivo não de comemorar o famoso dia do pais, mas, com a pretensão de incluí-lo na vida escolar do filho.
Eu sofria muito com tudo isso, meu pai era totalmente ausente da minha vida, presença dele, só mesmo na minha imaginação.
E a escola me ajudava a perder o pai que nunca tive a cada Dia dos Pais! A ausência dele nessas comemorações escolares, na minha inocência, era a maior falta, e por isso, resolvi que o tiraria de todos os lados da minha vida, e, também da minha imaginação. Foi dado o rompimento!
Até o dia que nos encontramos diante da grande perda que nos lançam em revisão de toda uma vida e o pior, sem a chance do pedido de desculpas, sem poder mais reparar os erros de toda uma vida marcada pela inexistência do diálogo, marcada pelo recalque simbólico que emergem das miragens e assombrações inatingíveis da vida.
E no dia desse grande encontro, eu não pude comparecer, pelo simples fato, de não querer apagar da minha memória o pouco que me restava das lembranças de VIDA.
Feliz Dia dos pai, seu Adelson, e de onde você estiver, escute o meu pedido de desculpas pelas intransigências, em mim, causadas, por esse modelo de mundo comercial!
De certa forma, aprendi muito com você!