Quem sou eu

Minha foto
BELO JARDIM, NE/Pernambuco, Brazil
"... O sonho pelo qual brigo, exige que eu invente em mim a coragem de lutar ao lado da coragem de amar..." Paulo Freire Educador pernambucano

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Literatura infantil & Aprendizado


Sou apaixonada por literatura e os seus vários gêneros. Nos contos de fadas, fábulas etc, procuro vislumbrar os reflexos da época em que foi escrito e também trazê-los para a nossa realidade. Lidos com atenção/reflexão, deixam de ser simples "estórias" pra fazer criancinhas dormirem.

Particurlarmente gosto de observar alguns comportamentos de pessoas a partir desse tipo de leitura. Quem já leu "Pinote o Fracote e Janjão o Fortão"; "Ou Isto ou Aquilo"; " A Raposa e as Uvas"?

Quem não se sentiu algum dia na vida tendo que colocar "O Guiso do Gato" numa situação igual a fábula de La Fontaine?

Uma dessas fábulas em particular, me ajudam a observar o comportamento de algumas "autoridades". Faço essas observações a luz da história de Hans Christian Andersen - O REI ESTÁ NÚ - ou "A roupa do imperador".

Na fábula, o rei desfilava nú pelas ruas, mas como era muito poderoso, ninguém tinha a coragem de abrir o bico (pelo menos na frente dele). Todos fingiam enxergar vistosos trajes de seda e brocados cobertos de ouro e pedras preciosas.

Por que o rei andava nú?

Porque era demasiadamente vaidoso, gostava tanto de aparências, de faz de conta, que gastava mais tempo experimentando roupas do que se preocupando com os reais problemas do seu reino.

Neste contexto, surgem dois espertalhões dizendo possuir a roupa mais deslumbrante do mundo, dotada de qualidade única: somente as pessoas especiais poderiam vê-la e apreciá-la... @s desprovid@s de inteligência e de nobreza iriam dizer que a roupa não existia.

O rei ficou tão encantado/maravilhado que imediatamente ordenou aos seus ministros que acompanhassem a confecção da tal roupa. Estes, intimamente pensavam: " Não vejo nada", no entanto, temendo ser exonerados dos seus cargos e ainda diante dos tecelões espertos, declaravam: "Que maravilha é esse tecido! Que linda padronagem! Que cores fortes! Que luxo! - Vamos relatar ao rei que a roupa é maravilhosa."

E até mesmo o rei, apesar de não ver nada, não desejava passar por estúpido ou imbecil e ai exclamava frases sobre a fascinante roupa que não existia... Toda a corte fingia ver o traje, figiam até que carregavam o manto imperial.

Até que um dia, um menino, que, pela sua condição de criança ainda não sabia discernir o que se deve ou não falar, ao ver a cena grotesca de um rei nú, grita:

O REI ESTÁ NÚ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Na história de Hans, quem ousasse dizer tal coisa seria considerada uma pessoa sem inteligência e inapta para ocupar cargos no reino.

Na minha falta de inteligência, a fábula é a confirmação da alienação/alucinação de gente que não quer ver a raíz do problema, tenta resolvê-los com paliativos ou se colocando como vítima. A fábula desfia por toda sua narrativa o pacto da cegueira, onde muitos têm como "lazer oficial" brincar de avestruz, (chegando a ter orgasmos quando enfiam a cabeça terra abaixo), e poucos lucram com a tal cegueira estimulada.

Nesta história, ao rei cabe apenas pagar a conta pela inoperância, incapacidade, covardia e submissão da sua corte. E como é de praxe, nas fábulas, contos etc ter sempre um final feliz. Aqui também encontramos esse final feliz. "Quando a criança aponta a verdade os súditos de imediato começam a enxergar a realidade, e num grande coro, gritam:

_ É verdade, o rei está nú!

Na nossa realidade, @s muitos reis e rainhas preferem continuar trajad@s com o imaginário.

Trajad@s para si mesmo! E acreditar nas suas "próprias verdades".


OBS: Qualquer semelhança com pessoas ou fatos reais, é mera coincidência!

Nenhum comentário: