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Acorda Amor retrata uma polícia violenta a qual, enxergava o cidadão, a cidadã brasileira como inimigo número um do Estado, nem podia ser diferente, eram os "anos de chumbo". No entanto, graças ao povo que não foge da luta, esses tempos (onde a polícia era treinada para descer o sarrafo e atirar antes de saber no que ou para que) ficaram no passado, passado esse que não podemos esquecer pelo simples fato de não querê-los de volta. Da luta do povo veio a redemocratização, com ela a Constituição de 1988, conhecida nossa como a Constituição Cidadã, avançamos e essa caminhada tem nos levado para frente sim, no entanto, ao que nos parece, a nossa polícia tem ficado para trás (basta acompanhar os noticiários para ver como ela age) ela não tem acompanhado esses avanços e é por isso que continua a ser vista pela população como perigo e não como agente pacificador (cadê o Amarildo?)...
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Belo Jardim, essa nossa terra de Músicos, Marocas e do Nunca, também tem disso, nas primeiras horas da manhã do último domingo (06/10), o jovem publicitário Marcelo Galvão, foi agredido por policiais quando saia de um bar e se dirigia para casa, como prenda, recebeu um olho inchado e mais de oito (08) pontos na cabeça, dizem que o jovem cidadão, fazendo uso de sua plena cidadania "se meteu" na defesa de algumas pessoas que estavam sendo abordadas indevidamente na localidade, há quem diga também, que esse jovem cidadão se excedeu e desacatou os tais policiais, ora, se isso é verdade, sabemos nós e também a polícia, que DESACATO A AUTORIDADE é crime, e, portanto deve ser punido sim, até com prisão, nunca com socos ou qualquer tipo de violência, até porque, também sabemos que é obrigação da polícia garantir a segurança das pessoas, da sociedade e nunca colocá-las em risco.
Marcelo Galvão -imagem do Blog. Paredão do Povo |
A sociedade não pode ficar submetida a uma segurança de faz de conta, de "Pactos Pela Vida" apenas de fotografias de jornais e discursos eleitoreiros.
[...] Você precisa de alguém
Que te dê segurança,
senão você dança,
Senão você dança [...]
(Segurança - Engenheiros do Hawaii)
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3 comentários:
Sabemos que denunciar um policial que comete algum tipo de violência contra nós ou nossos familiares nem sempre é uma decisão tomada com tranqüilidade. São momentos de reflexão que passam pelo medo, revolta ou dor e por tantos outros motivos que nos impedem de concluir qual seria a decisão mais acertada.O que pretendemos com nosso trabalho é lutar contra os maus policiais, contra aqueles que acreditam estar acima da lei e cometem as mais brutais ações contra os cidadãos. Que abusam da autoridade para extorquir, torturar, chantagear, humilhar e até matar. E acreditam que a classe social, a cor da pele ou local de moradia caracterizam um infrator. Não pretendemos em nenhum momento desmerecer a importância do trabalho da polícia.Não há poder. Há um abuso do poder, nada mais.
(Henri Montherlant)
“O policial militar tem boa formação para o desempenho de sua função? Sabemos que não. Por quê? Vencimentos, origem,
atrativos, etc. Partindo dessa premissa, refletimos: quem é o policial militar? É um ser extraterrestre? Não, sou eu, você, somos
nós fardados.
O policial militar é violento? É. Mas por quê? Bem, além de sermos violentos, recebemos uma instrução ou preparo e
vivemos quase sempre violentados. O Estado nos violenta. Nós somos violentados. Esta é a primeira reflexão. Significa, então,
que não é só o policial violento? Absolutamente não.
A todo momento, a toda hora, experimentamos a violência. A nossa formação e origem é por demais violenta, basta
rebuscar na história; em outras palavras, não temos pedigree. Estamos, sim, tentando, lutando, enfrentando para conter a
violência, mas não percamos de vista que somos produto dessa violência. Da Polícia Civil, como de qualquer outra corporação
ou segmento, quanto à violência, digo o mesmo.
Nos conventos para padre, nas igrejas, há violência; logicamente que não consiste na acepção pura da palavra, ou seja,
física, mas na lesão aos direitos, sendo até mesmo preteridos. Não creio que extinguir a Polícia Civil ou Militar seria a solução
correta. É o mesmo que a pena de morte. Não podemos matar para extirpar as conseqüências. Devemos, sim, acabar com a
causa. Extinguir a Polícia Militar ou Civil seria solução política e paliativa, talvez. O ideal, creio, seria repensar a sua
reestruturação. Partindo do homem, o policial há de ser qualificado para a função, há de possuir as condições para o trabalho e
ser recompensado à altura, pois só assim poderá ser cobrado.
O Estado recruta pessoas sem condições até mesmo de sobrevivência, verdadeiros renegados, não os prepara
suficientemente, não lhes dá as mínimas condições de trabalho e os abandona como feras feridas, lobos atrás de suas presas
fáceis, os cidadãos. O Estado é absolutamente omisso, isto em todos os aspectos. O culpado é o sistema, e o engodo, a farsa dos
políticos inescrupulosos, de mentira, faz de conta. O policial é violento, é despreparado, é revoltado, não tem condições de
trabalhar, mas o culpado não é o policial, nem o povo, mas o sistema, o governo, o Estado.”
LEMOS, Ricardo T
"Desacato" ao abuso de autoridade.
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